Histórias

História da Tati e da Cecília

Cecília Tudo aconteceu muito rápido. Num belo e incauto domingo fui à uma Chocolateria do Shopping Leblon e avistei, na vitrine, uma boneca Blythe. A engenhoca da minha cabeça girou suas roldanas furiosamente e num instante me recordei onde tinha visto uma cabeção daqueles antes: um site de moda americano. “POSSO PEGAR?”, eu falei entusiasmada para a atendente do balcão. E lá dos fundos da lojinha pulou a dona da Chocolateria, no melhor estilo The Flash (hoje em dia acredito piamente que foi para garantir que eu não rachasse sua Mod Molly ao meio, ou coisa assim…). Ela me entregou a boneca e me contou altas histórias sobre como e onde ela comprava as roupas, e isso e aquilo e os preeeeços… E, enquanto ela falava, eu olhava pra Mod Molly… a Mod Molly olhava pra mim… E naquele momento eu pronunciei a palavra que todas nós pronunciamos quando sabemos que é inevitável resistir: FU*biiiiiiiiiiip*.

Foi o chocolate mais caro da minha vida.

Cheguei em casa, corri para o Mercado Livre e escolhi: LE JARDIN DE MAMAN (insira aqui um milhão de gargalhadas). Pedi para minha mãe e meu pai e tudo que consegui foi uma lição de vida e um Toddy gelado. Sem vacilar, voltei ao Mercado Livre e catei a menos cara: Aubrey Encore. Não era bem a que eu queria, mas era o que dava, né. Apertei “COMPRAR” e, instantaneamente, ganhei 6 meses de dívida.

Durante os 3 dias que se seguiram, devorei loucamente páginas e páginas da internet, visando absorver o maior conhecimento possível em Blythe e customizações, pois estava convicta de que quando chegasse a boneca eu faria o Michael Jackson nela e a transformaria na Blythe dos meus sonhos. Mas mal sabia eu que Cecília já tinha planos próprios…

Cecília Quando ela chegou e me lançou aquele olharzinho entediado por de trás de suas negras pestanas, toda aquela combustão artística que eu havia concentrado em mim, desapareceu tão rápido quanto nota de 50 que cai no chão no Centro do Rio de Janeiro. Coloquei-a sentadinha na minha bancada e ela, tadinha, ficou lá perdida e solitária.
Não tinha em volta dela sequer uma boneca com quem conversar. As nanicas Moranguinhos estavam todas encaixotadas no meu armário, assim como as jurássicas Barbies. Em volta da Cecília tinha mesmo apenas….. BICHO! Imediatamente designei meu ursinho polar encardido, o Espanador da Lua, como seu amigo e tutor (sim, o nome dele é Espanador da Lua).

E foi com o Espana que a Cecília desbravou o apartamento 308, dominou a estante, nomeou minha cama como propriedade dela e até mesmo se aventurou para terras longínquas, como o temível playground do condomínio. Tudo ia bem até que, com a maior naturalidade do mundo, me aparece a Cecília rosnando e se chacoalhando como se fosse bicho selvagem… Jurava ser um bicho de pelúcia!
Cecília Nascia assim, definitivamente, a nossa Cecília. Uma boneca descabelada, bicuda, mimada, cheia de personalidade e comparsa de um urso encardido. E pelo jeito que as coisas estava caminhando, em breve teríamos de mudar o nome dela de Cecília para “MOGLI, a menina-lobo”.

Até mesmo minha MÃE concordou que era hora de comprar uma outra Blythe para ser uma melhor influência para a coitada! E foi assim que chegou lá em casa a Carolina… Mas isso já é outra história…. 😉

Hoje em dia, 6 dolls a mais e muitos dinheiros a menos, Cecília não está mais tão selvagem, ela é carinhosa e delicada também… Mas não perdeu a rebeldia! Ainda rosna às vezes, mas agora é pra fazer manha. Ainda vive grudada no Espana, mas agora anda também com a Carolina. Sabe que não é um bicho, mas AMA uma fantasia de bicho. Bem, não se pode querer tudo, né?

Vídeo da Cecília

Obrigada a todos pela amizade e incentivo. Beijos!!!! <3

[Autor do post: Tatiana Lima Castro]

9 Comments

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.