Colunas do Vagner

Final do Ano – Coluna do Vagner

Olá Galera!

Estava aqui pensando sobre o que eu gostaria de dividir com vocês nesta última coluna do ano.
Gosto do Natal, mas acho uma época extremamente deprimente, talvez por estar na mesma época do final do ano, onde acumula-se todos os pensamentos, sentimentos e ações do ano. Ainda assim, talvez contagiado pelo clima que a época proporciona, decidi abrir meu coração e falar um pouco sobre expressão.

Sempre senti necessidade de me expressar visualmente. Quando criança refazia quase todas as lições de casa, do meu jeito, mas com novas cores, formas e texturas. Depois, senti necessidade de palavras escritas: vieram os caderninhos de histórias que disputavam minha criatividade com as bonequinhas de papel e com os carimbos.

Na adolescência, veio a fase de solidão, onde passava infinitos finais de semana, trancado no quarto, escrevendo diários e enfeitando-os com imagens recortadas de revistas, que na época, era a máxima ousadia, por mim permitida, para poder me expressar. Hoje, esses registros não mais existem, não quero que eles façam parte do meu presente, muito menos do meu futuro.
Na fase adulta, meu trabalho na condução da coordenação de um curso técnico profissionalizante na área de modelagem do vestuário, além de lecionar no mesmo e em outros cursos, outras escolas e projetos, tornaram-se meu principal canal de expressão. Foram 20 anos onde pude expressar meus pensamentos, sentimentos, desejos, inspirações em roupas e em propostas onde meus alunos canalizavam minha visão de mundo, passando por suas próprias visões de mundo, em trabalhos práticos, trajes e desfiles.

Neste momento, isso já não mais me satisfaz. Vivemos em uma época com alunos, pais e profissionais que não mais são capazes de permitirem que reflexões e análises propostas por outras pessoas, possam nortear suas produções, ou seja, o extremo individualismo e o sentimento de polaridades que enfrentamos hoje impedem que grande parte das pessoas possam aprender com os outros, aprender com as propostas oferecidas: todos acreditam que suas individualidades são melhores que tudo que os rodeiam: as únicas verdades possíveis. Pura produção de certezas estéreis. Sem falar nos textos intermináveis e carentes de reflexão, que são postados, diariamente nas redes sociais. Venho sofrendo muito, com tudo isso …
Neste ano fiz 10 anos de envolvimento com as Blythes. Essas bonecas que não chegam a 30cm de altura, feitas de borracha e plástico, continuam mudando muito a minha vida: ampliam meu círculo de amizades, possibilitam um aprimoramento criativo, transformam minha vida cultural e influenciam minha vida profissional.

A vida adulta possui inúmeras recompensas, mas também é recheada de contratempos e desilusões em diversas áreas, inclusive no hobby. Isso possibilita nosso constante amadurecimento.
Analisando meu estilo de Blythes percebo que também vem sofrendo modificações significativas: comecei em uma época onde só haviam as originais, nada de factorys, tbls e afins. Acreditei um dia que jamais minhas blythes seriam customizadas, o que mudou após menos de 6 meses de coleção e com o desejo de possuir bonecas únicas e exclusivas. A personalidade delas também se modificou, primeiro foram as camponesas: delicadas, sonhadoras e inocentes. Depois vieram as customizações com mais personalidade, maquiagens fortes e expressivas que logo cederam lugar às maquiagens artísticas que eu chamo de “caras rabiscadas” que eu ainda amo e que estão convivendo junto com meu novo estilo que quero conviver em 2019: leve e delicado.

Sonho, fantasia, leveza, delicadeza e tolerância foram as palavras que elegi para conviver em 2019.

Boas Festas, Feliz Natal e um ótimo ano novo onde que cada um dos leitores deste artigo também possam encontrar as palavras que farão adentrarem num portal mágico repleto de sorte, saúde, sucesso, paz, prosperidade, amor, alegrias e felizes realizações.

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